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Justice accepts North Energy’s new action for criminalize the Xingu Vivo Movement

Link para a reportagem em português, no site do Movimento Xingu Vivo Para Sempre:

http://www.xinguvivo.org.br/2012/06/13/justica-acata-nova-acao-de-criminalizacao-da-norte-energia-contra-o-xingu-vivo/

On the afternoon of Wednesday 13 the judge Horace Lobato de Miranda Neto, from the 2nd Civil Court of Altamira, deferred, on preliminary injunctions, the new prohibitory interdict against the Xingu Vivo Movement, two of its members and their publicist.

According to the judge, the prohibition is justified by the content of the disclosure material of the meeting Xingu +23 on the internet and of so-called “photographic records of acts of vandalism and occupation of CCBM’s property CCBM [Biulder Consortium of Belo Monte].”

The preliminary injunction specifies as prohibited area some properties of residents of the village of Santo Antonio – which is in front of the construction site of Belo Monte – dumped by Norte Energia (North Energy). According to the document, would have been confirmed “an imminent threat of invasion in his [the North Energy] possession of the properties located in the Agrovillage of Santo Antonio.” The company already turned out 225 families from the community.
Now practically deserted, the village receives for the next days the meeting Xingu +23, which celebrates the final Mass of Santo Antonio (St. Anthony) on Wednesday – the most traditional of the ancient community. More than 300 riverines, farmers, fishermen and indigenous people affected and threatened by Belo Monte are now camped on a soccer field of the village to discuss, until the 17th, the impacts and forms of resistance against the plant.

“We are occupying our own soccer field, a public place that anyone purchased. The only true invasion at Santo Antonio today is the invasion of the forest in the cemetery embargoed by North Energy, were the tombs of our dead are taken over by weeds”, protested one of the fishermen who lost his home to the company. Many ancient inhabitants returned to the site on Wednesday to accompany the Mass and the debates, and also saw the woods of their old homes stacked and rotted in the land where they lived for many years. “We only felt pain when see all this mess. Enybody ever want to cause more damage that North Energy already caused in these places, that were ours, and now they say it is their”, says the fisherman.

According to the coordination of the Xingu Vivo besides being the third attempt to criminalize the movement via prohibitory interdict, the arguments presented in the text of this new injunction is unrealistic. “While North Energy has destroyed hundreds of houses, dumped dozens of families, barred and soiled the River Xingu, ruined the drinking water of the natives, the movement never vandalized any good of the North Energy. We challenge the judge to show us any photo to prove such a claim! “

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Without indemnities, farmers blocked Transamazônica Highway and impede the work at Belo Monte construction site

Link para a reportagem em português, no site do Movimento Xingu Vivo Para Sempre:

http://www.xinguvivo.org.br/2012/06/13/sem-indenizacoes-agricultores-bloqueiam-transamazonica-e-impedem-trabalho-em-belo-monte/

About 70 farmers from the communities Travessão do 27, Pena, Vila Rica, São Francisco, Senec, Cobra Choca and others, located at the km 27 of Transamazônica Road between Altamira and Marabá blocked the highway on the morning of Wednesday 13,  impeding the access of about 5,000 workers of the construction site of Belo Monte hydroelectric plant.
For about eight months, over 200 families from the communities of the region between the two construction sites – Pimental and Belo Monte – were contacted by Norte Energia (North Energy) – the constructor of the plant – to the beginning of negotiations for indemnity, since a large part of these areas will be occupied by channels or by the the plant reservoir itself. Claiming that the land will not be fully utilized for the work, however, North Energy canceled the indemnity to the families, arguing that would pay only for the areas that come to occupy directly.
According to the community leaders, those families do not accept partial expropriation or the canceling of the compensation, and intend to keep blocking the access to work until the demands are satisfied the firm. Other vehicles are being allowed to pass the blockade, which did not suffer police repression.
Around 11 am, a delegation led by Fetagri (Federation of Agricultural Workers) came to Altamira to negotiate with the company.
Despite not having relations with the meeting Xingu +23, which begins on Tuesday and brings together about 400 hit by Belo Monte at the community of Santo Antonio (height of 50 km of the Trans), event organizers said they support the action

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Microboletim n.3 – Xingu+23 – Preparativos

Muita atividade por aqui. Ontem de tarde tomamos sorvete de bacuri, de castanha, de pavê de cupuaçu. De noite rolou um tacacá. A programação do Xingu+23 está fechada, vai ser publicada já já. Vamos agora fazer os últimos corres na cidade. Em seguida nos deslocaremos entre hoje e amanhã para a vila Santo Antônio, e estamos esperando por vocês. Venham pra Altamira, ou acompanhem com atenção daí as novidades do encontro que começa depois de amanhã.

***

PS.: A vaquinha do evento precisa de doações urgentes. As contas estão começando a cair (os ônibus já saindo, comida que precisa ser comprada ao menos pra amanhã, materiais pra imprimir neste momento, e isso só das tarefas em que estamos mais ou menos envolvidos) – e o orçamento disponível ainda não fecha por completo. Aqui todo mundo mata um leão por dia, faz malabarismos reduzindo gastos e criando coisas, trabalha pra carácoles e faz a coisa acontecer. Pequenas doações, cheias de compromisso e generosidade, estão ajudando a garantir os primeiros pagamentos. Você tem R$ 10 para contribuir? Tem mais? Conhece outras pessoas que podem ajudar? Essa é a ajuda mais crucial que você pode dar agora para frear a usina.

 

 

Depois de doar, por favor divulgue.

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Atividades do Movimento Xingu Vivo na Cúpula dos Povos, Rio de Janeiro

A construção das hidrelétricas na Amazônia – tanto as em andamento quanto as planejadas – estão entre os projetos de maior impacto ambiental e social do governo brasileiro. É essencial expor a brutalidade estatal com a qual os projetos estão sendo impostos aos povos das florestas, e as suas consequências desastrosas para a Amazônia. E é essencial fortalecer a resistência nacional e internacional contra estes projetos. Esta será a missão do Movimento Xingu Vivo e seus parceiros na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio +20 no Rio de Janeiro. Veja abaixo a programação:

Dia 19

Hidrelétricas: desconstruindo o mito da energia limpa – a ameaça ao futuro da Amazônia, seus rios e seus povos
Horário:
9h
Local: tenda 10 “Orcelina Folador”

A atividade, convocada pela Aliança dos Rios da Amazônia/Movimento Xingu Vivo, discutirá os impactos ambientais das hidrelétricas, desconstruindo o mito da energia limpa, e abordará as ameaças iminentes das barragens nas bacias do Teles Pires, Tapajós e outras a partir das experiências das usinas do rio Madeira, Belo Monte e de outros países, como Chile e Turquia. O objetivo é derrubar os argumentos “verdes”  na defesa da hidreletricidade, e fortalecer os movimentos de resistência dos ameaçados pelas usinas na região amazônica.

Dia 21
Belo Monte: o começo do fim – a usina de Belo Monte como símbolo e piloto do destrutivo “boom hidrelétrico” na Amazônia
Horário: 11:30h
Local: Tenda 25 “Naaya Ali Burhemma”

A atividade, convocada pelo Movimento Xingu Vivo em parceria com Aliança dos Rios da Amazônia, Justiça Global, COIAB, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Nucleo Amigos da Terra Brasil, Brasil pelas Florestas, International Rivers, Amazon Watch, Fundação Heinrich Boell e outros, fortalecerá as estratégias de resistência à construção de Belo Monte a partir da experiência do encontro Xingu +23, que antecedeu a Cúpula e reuniu cerca de 400 atingidos na região de Altamira, no Pará. Também serão analisadas as fragilidades jurídicas, econômicas, políticas e socioambientais da hidrelétrica que justificam a posição dos movimentos de que Belo Monte não é fato consumado. O objetivo é articular uma frente ampla e sólida de luta contra a hidrelétrica com participação de um número expressivo de organizações e ativistas.

Para ler a programação e o convite em PDF, clique aqui

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Aqui e agora!

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Boletim n.2 – Xingu+23 – Caronas e Altamira

Começa agora o segundo relato dos paulistas urbanoides se surpreendendo a cada carona com a grandeza amazônica.

Saímos de Belém anteontem, quinta dia 7, no primeiro horário do navio-motor Jarumã, em direção à cidade de Moju. Vamos contar da nossa viagem aquilo que achamos que vai instigar a curiosidade de vocês, além deixa-los bem informados sobre esse trajeto de Belém a Altamira, que é cheio de boas “lições de Amazônia” – e de carona na Amazônia. Abram aí o mapa pra acompanhar o trajeto (http://goo.gl/maps/G8y1), que é o mesmo do ônibus Belém-Altamira – fora este primeiro trecho que fizemos pelo rio.

Antes da saída, em Belém, vimos nossa conhecida empreiteira Andrade Gutierrez atuando na construção do BRT (Bus Rapid Transport), um sistema normal de corredores proposto pelo prefeito tranqueira Duciomar Costa, cuja implantação está causando transtornos na Avenida Júlio César, que leva do aeroporto ao centro, no Entroncamento, que é o coração viário da cidade, e na avenida Almirante Barroso, que junto com a Pedro Álvares Cabral – o milico e o colonizador – é o principal eixo entre o Entroncamento e o centro velho.

Precisa lembrar? Ao lado das outras gigantes construtoras brasileiras (os nomes em foco são Odebrecht e Camargo Corrêa, mas há uma dezena de outras pouco menores), a Andrade Gutierrez fez doações polpudas à campanha da Dilma e do Kassab – e ao Serra também, para sempre estar ao lado de quem vence -, e hoje ganha a concessão de muitas dessas grandes obras no Brasil e em outros países latino-americanos. Ela integra o consórcio que está construindo Belo Monte, tem interesse no projeto da Nova Luz e executa obras da Copa e das Olimpíadas.

Com o BRT de Belém acontece aquela velha história: licitação suspeita, orçamento idem, populações desapropriadas de maneira brusca, planejamento capenga causando mais transtornos do que seriam necessários. Em fevereiro, o Comitê Metropolitano do Xingu Vivo participou de um protesto organizado por entidades sindicais e outras organizações. Depois desse ato (que não foi tão grande), a indignação da cidade ficou silenciosa: hoje os jornais apenas noticiam e os moradores apenas reclamam dos incômodos das obras, mas o projeto segue.

Voltando a nossa jornada… acordamos cedo, arrumamos nossa mala pra carona e fomos ao Ver-o-Peso pegar o barco até Moju. Era necessário sair de Belém, porque ninguém dá carona nas rodovias das cidades grandes: o melhor é alcançar a primeira cidade logo depois da metrópole. A embarcação não saía do porto do Ver-o-Peso, mas sim de outro embarcadouro um pouco à frente, passando o Forte. O barco segue por uma hora pela baía do Guajará até um lugarzinho chamado Arapari, e de lá tem um transbordo já incluso na passagem, para mais uma horinha de ônibus até Moju.

Para chegar à cidade é preciso atravessar o rio Moju. Ele é um dos braços do estuário do rio Amazonas (o mapa explica). Quando virem a extensão de margem a margem, lembrem-se que, na bacia amazônica, isso deve ser apenas um rio de porte médio.

Em Moju fomos pra saída da cidade, na PA-457, de onde seguimos no rumo sul passando por Tailândia e Goianésia. Nesta última cidade, pegamos outra estrada pra oeste em direção a Breu Branco e, finalmente, Tucuruí. Esse era o destino final do primeiro dia. Daí pra frente é pegamos a Transamazônica.

Antes e depois de Goianésia dá pra ver muitas plantações de eucalipto, que parecem ser lotes de “reflorestamento” para “compensar” a extração de madeira “legal” na floresta. Durante toda a viagem, aliás, as estradas estão ladeadas de muito pouca mata, o que ajuda a entender uma das estratégias mais fortes do projeto de colonização da Amazônia que vigora desde o regime militar: a abertura de estradas, dentre as quais a Transamazônica teve papel marcante, não resulta apenas na criação de vias de acesso terrestre rápido a regiões que antes dependiam sobretudo das vias fluviais; ela também arrasta junto o povoamento das terras por grandes e médios agricultores de outros estados, o desmatamento voraz para a extração de madeira e a posterior abertura de pastagens e cultivos, e com isso a lenta mas constante e visível transformação da paisagem amazônica em arranjos que lembram muito a zona rural do sudeste e do centro-oeste.

Chegando a Tucuruí está a maior hidrelétrica do estado do Pará, talvez da região Norte. Ela foi construída durante os últimos anos do regime militar, e suas comportas foram fechadas em 1984. Vejam no mapa a enormidade do lago que se formou. Esse é o rio Tocantins, que também é afluente do Amazonas. Ao longo da PA-457, à direita de quem vem, corre o linhão de transmissão que leva a energia gerada em Tucuruí para a cidade de Belém.

Um das pessoas que nos deram carona entre Tailândia e Tucuruí contou que as cidades que estão na beira do Tocantins a jusante da barragem (ou seja, depois dela) foram muito gravemente afetadas pela diminuição da vazão do rio. Eram comunidades ribeirinhas que viviam do peixe, e que agora não conseguem mais pescar (além do fluxo de água, também houve alterações no trânsito dos peixes rio acima e abaixo). Nenhum programa de compensação ambiental ou social da Eletronorte, segundo eles, enfoca essas cidades. Portanto, vinte e cinco anos depois, elas ainda não conseguiram adaptar seus modos de vida para forjar outras alternativas de subsistência menos dependentes do rio. A fome é uma realidade presente ali, em pleno contexto amazônico.

Mas o pior de tudo foi ouvir que essas mesmas comunidades não tinham fornecimento de energia elétrica até uns dois anos atrás, quando o programa Luz para Todos chegou àquela região. Imaginem só: às barbas da 4ª maior hidrelétrica do mundo, as moradoras dessas vilas conviveram durante quase 30 anos com esse inconveniente vizinho sem usufruir de um wattzinho sequer.

A estrada passa por cima da barragem de Tucuruí; os vertedouros quase sempre estão fechados, mas a visão mesmo assim impressiona.

Dormimos na Vila da Eletronorte, um bairro muito diferente do restante da cidade (imaginem aqueles subúrbios bucólicos dos filmes estadunidenses, e acrescentem a informação de que lá ninguém paga eletricidade). Fica perto da saída para seguir viagem, e isso era uma vantagem para nós. Duas irmãs que cozinham comida típica paraense para vender nas feiras de rua, nos abrigaram pela noite. Quando caminhávamos para a casa delas, a filha de uma delas nos disse: “A economia da cidade hoje é só comércio e Eletronorte”. A marca da empresa pública que controla a usina de Tucuruí é realmente visível em todos os lugares, e na vila mais ainda.

Chegamos no meio da “Semana do Meio Ambiente” promovida pela empresa, com palestras, oficinas, atividades de recreação infantil e educação ambiental, e uma quermesse que acontece no pátio da igreja da vila durante todos os fins de semana de junho. Era a Eletronorte promovendo a conscientização da população, porque cuidar do meio ambiente só depende de você. Havia barraquinhas de comida (quermesse paraense tem vatapá e maniçoba), bandeirinhas, e imensas caixas de som mandando ver no Luan Santana e no tchum-tchá-tchá-tchum, mas também no brega, no tecnobrega, nas bandas do boi de Parintins como o Carrapicho, no carimbó e nos grupos paraenses de funk e forró. O mercado da produção musical no Pará deve estar muito vigoroso desde que o tecnobrega reinventou e horizontalizou as estruturas de gravação e distribuição por aqui.

Distante da festa, uma fanfarra de rua parecida com a nossa bateria autônoma, a Fanfarra do M.A.L. – Movimento Autônomo Libertário – ensaiava seus toques. Era uma moçada de escola, adolescente, que mandava muito bem. Não deu pra filmar.

O segundo dia foi talvez mais cansativo, mas também menos cheio de acontecimentos. De Tucuruí se pega uma estradinha por 80 km até que se alcança a Transamazônica na cidade de Novo Repartimento. Temíamos que o dia fosse muito devagar, por estar bem no meio do feriado, mas tivemos sorte em encontrar caronas bem diretas e felizmente às 19h já estávamos todas em Altamira.

Não pegamos nenhum trecho transamazônico enlameado, só muito buraco e poeira. É meio duro e árido viajar por lá. A gente definitivamente não se sente no meio de uma floresta equatorial. Às vezes os quatrocentos quilômetros que separam Repartimento de Altamira parecem infinitos. Nós os percorremos em oito horas, que poderiam ser mais se tivéssemos tido menos sorte. Não desanimem nessas horas finais, essa aridez passa e a proximidade com o rio Xingu acolhe!

Ao longo da Transamazônica é possível ver as entradas dos travessões, que são as vicinais da rodovia. Vejam no mapa esse formato de “espinha de peixe” da estrada. Dá pra reparar na maneira com que os travessões funcionam como as portas pelas quais esse movimento de “colonização” da Amazônia vai se infiltrando na floresta.

Antes de Altamira estão as cidades de Pacajá e Anapu. Esta última foi a morada de irmã Dorothy durante todos os anos em que ela trabalhou aqui na Amazônia, e lá ainda funciona o seu PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável – que, criando condições de autonomia para os agricultores da região, enfureceu os mandantes do seu assassinato.

Muitos quilômetros depois de Anapu, começam a aparecer plaquinhas da Norte Energia indicando a desapropriação de alguns terrenos ou a realização de obras de preparação da usina.

Para chegar em Altamira, a Transamazônica atravessa o rio Xingu. Não há ponte. A travessia é feita numa balsa, que ultimamente anda sobrecarregada de veículos nos “horários de pico”. Ouve-se a queixa de que o fluxo de gente e de máquinas cresce mês a mês, e de que começa a haver fila para a balsa.

Nesse ponto é que vemos pela primeira vez o rio Xingu.

A comunidadezinha onde a balsa se localiza – bastante desolada pra quem vê – se chama Belo Monte. Do lado de lá ainda é Anapu, e do lado de cá começa o município de Vitória do Xingu, de onde faltam apenas setenta quilômetros para Altamira. Da balsa até a comunidade de Santo Antônio (que ainda faz parte de Vitória) são vinte, e de lá ao centro de Altamira são mais cinquenta. A Vila de Santo Antônio é o ponto J do mapa.

Dá pra ver, à direita da estrada, o campo de futebol onde vai estar rolando o encontro.

Chegando aqui em Altamira fomos recebidos na sede do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, todos muito solícitos e atarefados com os mil preparativos do Xingu+23. Estamos alojados com jornalistas, fotógrafos e ativistas da causa, compartilhando uma cozinha coletiva, salas e varandas cheias de redes e muita motivação. O assunto é quase que um só: articulação, realização e divulgação do encontro, idéias de todo tipo tomando as formas mais inusitadas.

Hoje, sábado,o dia foi mais tranquilo. Alguns de nós passamos a tarde escrevendo textos, subindo fotos, respondendo e-mails e desenhando cartazes; outros visitaram a Vila de Santo Antônio e viram de perto o estrago da Norte Energia acompanhados de moradores locais. E, no começo da noite, ainda rolou uma reunião.

Agora escrevemos esse relato e encerramos nosso “horário comercial” aqui no Pará. Quem sabe role um forró noite adentro… Nos vemos logo logo!

 

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Boletim n.1 – Xingu+23 – Belém

Este é o primeiro relato de uma série que pretende contar os passos de uma jornada que se inicia no coração vivo do capitalismo nacional, São Paulo, e se embrenha na floresta tropical,  em uma das regiões mais preciosas de toda a Amazônia brasileira, para fazer frente a uma das maiores insanidades já vista pelos povos da floresta. A mais grave ameaça ao rio Xingu.

Os primeiros quatro personagens desta história embarcam em São Paulo rumo à capital do estado do Pará. A maneira mais rápida e barata encontrada para chegar em Altamira tem como escala Belém, a “metrópole da Amazônia”. Com aproximadamente 1,5 milhões habitantes e 400 anos de história, a cidade tem a maior densidade demográfica de toda a região norte do país e o 5º metro quadrado mais caro do País. Às portas da maior e mais biodiversa floresta do mundo, a metrópole revela a mesma pobreza e exclusão de todas suas congêneres no restante do país.

A viagem é longa e inclui algumas conexões em outras capitais. A distância que nos separa desta região do país é tão grande quanto a incompreensão que temos de sua realidade e complexidade social. Como paulsitas/sulistas, não sabemos nada da Amazônia, mas achamos que sabemos.

Fomos recebidos pelos membros do Ocupa Belém e  do Coletivo Casa Preta, movimentações sociais paraenses envolvidas nas questões do rio Xingu e das comunidades quilombolas e periféricas. Visitamos a maior feira ao ar livre da América Latina, o mercado Ver-o-Peso, e mergulhamos na culinária regional com direito a peixe fresquinho e muito açaí. Integramos uma das últimas reuniões do Comitê Metropolitano Xingu Vivo antes do Xingu+23, ficamos por dentro dos últimos detalhes da articulação e conhecemos nossos parceiros de luta. Na Praça Brasil encerramos o dia descobrindo o “milkshake” paraense, uma mistura genuinamente amazônica de guaraná, marapuama, catuaba, açaí e, é claro, castanha do pará. Uma boa dica pra refrescar o calor!

Enrolamos nossas redes novinhas aqui do Ver-o-Peso, guardamos nas mochilas e logo mais já é hora de colocá-las nas costas rumo a Altamira, onde os impactos da construção da usina já são palpáveis e escandalosos. É uma longa estrada de muito aprendizado que com certeza nos prepara pro desafio maior: barrar Belo Monte.

Nos vemos em Altamira!

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XINGU+23 – Jornada de luchas en defensa de la Amazonia y contra la “Economia Verde” de Rio+20

Versão em português

El 12M-15M, diversas ciudades en Brasil responden al llamado global. Volvimos a tomar las plazas en Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belém e São Paulo. Des de el 15 de Octubre un importante tema de la acampada en São Paulo es la necesidad de impedir la construcción de una inmensa usina hidroeléctrico en Amazônia, Belo Monte.

A partir de esta experiencia algunos de los indignados integraran-se al movimiento Xingu Vivo para Sempre y crearon un comité local de movilización para un encuentro llamado Xingu+23.

El lo comienzo del mes de junio va ocurrir en Rio de Janeiro el Rio+20, encuentro de líderes gubernamentales que intentan proponer directrices ambientales globales para los próximos 10 años. El encuentro será a puertas cerradas y no escuchará las voces de los 99% (indignados). Al mismo tiempo que este encuentro los pueblos de Amazônia (campesinos, indígenas y comunidades locales y tradicionales) están organizando el Xingu+23, para decir que el Rio+20 no nos representa.

En 1989 un encuentro ocurrido en Altamira, Pará, fue el inicio de un proceso de lutas que alcanzo el impedimento de la construcción de la Usina Hidroeléctrico de Belo Monte en aquel momento. Hoy, 23 años después, la construcción de la Usina volvió a amenazar los pueblos de Amazônia. En este momento en que la construcción se inicia, es urgente el levante de las voces silenciadas y de los brazos atados por el gran capital para una vez más impedir esta obra que pode causar la muerte de los pueblos de Amazônia, de miles de animales, de muchas de las diversas especies endémicas y la destrucción de la floresta y de los ríos.

En este momento crítico, necesitamos de un intenso apoyo y solidariedad de todas las voces indignadas. En junio nace una nueva acampada en el corazón vivo de la Amazônia.

Convocamos las nuestras hermanas y hermanos indignados a juntaren se a nuestro grito de Basta! Y que este Basta sea tan forte cuanto el de 1989, destruyendo las bases que sustentan esta Usina.

Xingu+23 – http://www.xinguvivo.org.br/x23/ – 13 de junio – Altamira, Pará.

xingu23sp(at)riseup.net

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Como ir para Altamira?

 

SOBRE O EVENTO

www.xinguvivo.org/x23 <http://www.xinguvivo.org/x23>
de 13 a 17 de junho em Altamira-PA, onde já começaram as obras da usina de Belo 
Monte!

COMO CHEGAR

O melhor caminho para quem parte de são paulo é voar para belém, e de lá seguir 
por terra (ônibus ou caronas) ou barco até Altamira. Se você for muito rico, compre 
uma passagem com destino final direto em Altamira (você fará uma escala em Belém,
trocará de avião e seguirá para a cidade), mas não conte pra ninguém porque essa 
passagem é MUITO cara.

CHEGANDO EM ALTAMIRA

O escritório do Xingu Vivo fica na Travessa Lindolfo Aranha, 400 – Altos, esquina com
a Rua Sete de Setembro, em frente ao Hotel Lisboa, centro da cidade. Lá, você será 
orientado sobre como chegar à comunidade Santo Antônio – se der sorte, poderá 
conseguir uma carona.

Se você vier de ônibus, poderá descer na rodoviária e fazer o mesmo percurso acima – ou
poderá pedir ao motorista que desça 10 quilômetros depois da balsa de Anapu, na 
própria comunidade. Ela fica exatamente na beira da Transamazônica. Haverá 
sinalização.

Para quem aportar em Altamira em horários inapropriados, não se desespere. Do dia 
10 ao dia 14, haverá um alojamento provisório no galpão do Xingu Vivo.

ALIMENTAÇÃO

A comida durante o Xingu+23 será garantida pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre 
e será feita por terceiros, mas considere  que você poderá eventualmente integrar essa 
comissão. E também poderá, é claro, aventurar-se a cozinhar na lenha e sair a caçar ou 
pescar com alguém, se quiser (nada de matar animais em extinção ou protegidos por lei, 
por favor). Se você for vegano ou vegetariano, sua vida está tranquila. Caso chegue antes 
dos dias do evento, ou pretenda permanecer por mais algum tempo, lembre que terá que 
arcar com a sua própria alimentação nesses períodos extras.

DATAS

Para estar em Altamira entre 13 e 17 de junho, o ideal é sair de Belém dia 11 e poder 
estar de volta de lá apenas no dia 20. se for acompanhar o evento na íntegra, leve isso 
em conta ao comprar suas passagens aéreas.

CUSTOS

Estas são nossas estimativas, naturalmente sujeitas a variação:
  • Passagens aéreas SP-BEL-SP 
        R$300
  • Transporte BEL-ATM 
        - carona (dois dias; calcule apenas a alimentação): R$ 0
        - ônibus (um dia): R$125
        - barco (dois dias): R$160
  • Transporte ATM-BEL 
        - carona (dois dias; calcule apenas a alimentação): R$ 0
        - ônibus (um dia): R$125
        - barco (dois dias): R$160

Para encontrar as passagens aéreas mais baratas, prefira pesquisar nos fins de semana
e use sites que pesquisam todas as companhias (como o submarino viagens ou o 
decolar.com <http://decolar.com/>). mas não compre nesses sites, que cobram uma 
taxa de serviço de cerca de 40 reais: ao localizar os voos mais baratos, vá ao site da 
companhia aérea e faça a compra por lá.

Até o momento, as passagens mais baratas que encontramos são para as seguintes datas
e condições: /Campinas-Belém-Campinas, partida dia 12/06, retorno dia 22/06./ 
Entretanto, pesquise todos os dias e horários conforme suas necessidades e vontades.

_note que_:
  • alguns voos baratos saem do aeroporto de Viracopos, em Campinas, como visto 
    
acima.
  • os barcos em BEL e em ATM não saem todos os dias, é precisoinformar-se.
  • alguns de nós já fizemos, este ano, o trajeto ATM-BEL pegando carona na estrada,
sempre nos organizando em duplas (de preferência em casais), e essa opção foi, para 
nós,razoavelmente tranquila e segura. Foram dois dias de carona e pernoitamos no meio 
do caminho em Tucuruí, na casa de uma das fiéis da Igreja Matriz (fomos lá pedir abrigo
e não tivemos dificuldade).
  •  o Comitê Metropolitano de Belém está tentando viabilizar um ônibus ou barco

coletivo, para facilitar a nossa vida, mas até o momento nada foi fechado. É bom não

contar  com essa possibilidade a menos que de fato nos seja confirmado por eles.


IMPORTANTE

_Não deixe de ler_ o "Manual de Instruções" que o Movimento Xingu Vivo Para Sempre 
 preparou para quem deseja ir a Altamira: http://www.xinguvivo.org.br/x23/?p=3149

 

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Quinta-feira

Com a presença de Leonardo Sakamoto, Verena Glass, Celio Bermann e Eduardo Neves, encerramos as atividades do segundo dia do Seminário de Mobilização pré-Xingu+23. Um dia de conversas fundamentais quando se busca entender o absurdo projeto de Belo Monte. E amanhã tem mais, marque presença na USP ou online no nosso canal.

25/05- sexta-feira no anfiteatro da História
15h Exibição do documentário “À Margem do Xingu: Vozes Não Consideradas
 (Brasil, 2010, direção de Damià Puig)
18h Oficina “Quer ir para Altamira? Me pergunte como!”
 – informações atuais sobre custo/trajeto e articulação de ida coletiva.

Xingu+23 – Ocupe. Esse rio é nosso.
Altamira – De 13 a 17 de junho
Mais informações em www.xinguvivo.org.br/x23

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